sábado, 19 de dezembro de 2009

Seus olhos de neblina


Me embebiam no saboroso aroma do dia


Me perdia no enlace dos seus braços


Encontrando-me no seu cheiro de pele macia


Em seu beijo doce, atrevido, com sabor de mel, de céu ao léu


Desfaleço os meus sentidos.

Naiara Misa. Para J.Cícero
19/12/2009 12:00

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

                                                               O Beijo , ca. 1923, de Cândido Portinari -




Primeiro contato

Estremeço no cheiro do mormaço
Ao som de gotas do telhado quebrado
Enrosco-me na sua cabeça de galhos
Em um ósculo doce quase roubado
Perdurou uma noite em claro
Instantes que duraram, calorosamente e intensamente marcaram.
1:41-25/10/2009.Para Téo Nicácio.
Naiara Misa 


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

saudade


Saudades



Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim"!

                     Florbela Espanca 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Mostra tua presença.
Mate-me à tua vista e formosura. 
Olha que essa doença de amor jamais se cura
A não ser com a presença e com a figura"

domingo, 6 de dezembro de 2009

A ausência nunca se fez tão presente quanto agora se faz dentro de mim...


Cabelos presos nos poros do algodão


O cheiro que inebria o sono e sonhos de estar acordada


Fitando o caminho das formigas no compasso do balanço e do vento


Ouvidos atentos a voz que nunca chama, fala e cala


Músicas que invadem meus signos que reagem pulsando num desejo sem começo e fim de apenas querer sentir.


06/09/09

Naiara Misa.

Ron-ron de Madlene


Madlene e Eu



O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.

Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.

É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso faz ron-ron
para mostrar gratidão.

No passado se dizia
que esse ron-ron tão doce
era causa de alegria
pra quem sofria de tosse.

Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ron-ron em seu peito
não é doença – é carinho.

Ferreira Gullar
Poema do livro
“Um Gato Chamado Gatinho”

Afeto...




Sonhei e senti que o sonho era quem me sonhara...

Perseguição com o medo de perder o que já era meu e crescia dentro de mim..

O medo de acordar e não sentir o que me parecia impossível sentir em estado insone,insano ou de sonho...

Entorpecia meu corpo com dor e prazer, vendo o que brotava dentro de mim...

Vivi e senti o cheiro, o abraço e o afeto que ficou adormecido nos meus nove anos de
menina.

Sensação de não ser mais menina, mas agora ser todo o abraço...

Não sei se sonhava, ou acordava de um sonho de estar acordada, ou o sonho sonhava por mim, só sei que senti....afeto Materno.

Sonho do dia 08/09/09/
Naiara Misa

Árvore que sou






Árvore que sou






No sossego extremo de folhas

Na certeza de um caule de escolhas

Desfruto da vida o doce fruto e

Desabrocho como flores sonhos.



2:30-domingo-25/10/2009
Naiara Misa

domingo, 15 de novembro de 2009



Azulou

Meu coração azulou grandioso e infinito, tanto quanto o céu.


Grandioso por, trovejar, radiar e chover sentimentos


E infinito por nunca parar de existir, sem principio e fim, apenas sente.

1:17- domingo-25/10/2009
Naiara Misa.